Pau, corda e sintetizadores

No último fim de semana, a Prime anunciou seu mais novo projeto: “Meeting & Songs“, que tem como proposta reunir num mesmo palco dois shows distintos, com diferentes batidas. Para a estreia, apostou em Maria Gadú e Lenine, artistas que já haviam se reunido em 2014, quando fizeram uma turnê pela América Latina.

Maria Gadu apresentou “Guelã“. Lenine, “Carbono“. Os discos são de 2015, os últimos lançados pelos músicos. E foi de encher os olhos se deparar primeiro com o palco da paulistana, totalmente intimista, com poucas luzes e instrumentos, para depois mergulhar os olhos nos holofotes do pernambucano.

A cantora fez sua MPB recheada de experimentalismo com poucas pausas para conversa com o público. Numa delas, justificou: faltavam-lhe as palavras, na presença de Lenine. Irrompia o medo de errar. Na troca de palco, ambos surgiram em frente às cortinas, com seus violões, para apresentar “A jangada voltou só”, de Dorival Caymmi, e “Joga a chave”, de Adoniran Barbosa.

A sintonia que se viu, Lenine explicou antes do espetáculo: “A gente se gosta muito. Apesar de sermos de gerações diferentes, a gente tem muita coisa em comum. O fato de ter essa autoralidade no fazer, o fato de sermos compositores e o fato de termos como instrumento de expressão o instrumento de pau e corda.”

O cantor fechou a noite em seguida, fundindo rock e música eletrônica.

Foto: Lening Abdala / Prime

Por Jessica Carvalho
25/07/2016 19h26