O “Cavalo babão” do Largo da Ordem – a história e a lenda urbana por trás do monumento

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Você provavelmente já perdeu as contas de quantas vezes passou na frente da Fonte da Memória, esse marcante monumento de Curitiba também conhecido como “O Cavalo Babão”, não é mesmo? Mas você já se perguntou a história por trás da obra do artista plástico Ricardo Tod que foi inaugurada há 20 anos, em 1995?

A famosa escultura do cavalo que solta água pela boca e se encontra no Largo da Ordem é uma homenagem aos tropeiros que saíam do interior rumo a Curitiba no século XX e deixavam seus cavalos atrelados no centro da cidade, onde se encontravam os maiores pontos comerciais da capital.

Todavia, muitas lendas urbanas cercam a história do simpático cavalo. Vamos conhecer a mais famosa delas?

O Cavalo Babão do Eclipse

Reza a lenda que um fazendeiro que criava cavalos não queria que sua égua mais bonita desse à luz a um filhote em um fatídico dia de eclipse do século dezenove. De acordo com o senso comum todo cavalo que nascia durante um eclipse ficava “babão” pro resto da vida. Mesmo com a preocupação do fazendeiro, o cavalo acabou nascendo (já babando) mais tarde naquela noite.

O cavalo continuava babando com o passar dos anos e os filhos do fazendeiro tinham o hábito de maltratar o animal. “Vamos jogar pedras no cavalo babão”, diziam eles. O fazendeiro tomou conhecimento desse fato e como ninguém queria comprar o animal, acabou dando-o de presente por intermédio de seus empregados para um garoto que se apaixonou pelo bicho em uma feira no Largo da Ordem.

Encantado, o garoto acabou sendo levado pelo “babão” para um bosque. O cavalo teria lhe revelado um local onde havia um baú com muito ouro e joias. Com o dinheiro, o jovem tentou erguer um monumento para o seu melhor amigo, mas os poderosos da cidade ridicularizaram a ideia. Mesmo assim, ele prometeu para eles que algum dia aquele monumento seria erguido no lugar favorito do cavalo: o Largo da Ordem. Quando o cavalo adoeceu e morreu, o garoto resolveu enterrar o seu corpo ali, onde coincidentemente seria inaugurada a Fonte da Memória cerca de um século depois.

Difícil de acreditar? Mas de fato essa história é conhecida há muitos e muitos anos e tem muita gente que não consegue olhar para o “babão” sem se lembrar dela.

Essa lenda é a versão resumida da escrita por Luciana do Rocio Mallon. Ela pode ser encontrada aqui, juntamente com outras lendas muito interessantes envolvendo a estátua.

Por Anderson Kreutzfeldt
23/03/2015 00h23