Isso não me representa

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Quando você busca o novo, o novo acaba vindo para você”. Li essa afirmação da jornalista de moda Maria Prata enquanto pesquisava sobre o tema desta semana e ela veio a calhar com a linha que tenho buscado desde o primeiro dia deste ano: renovação. Estar aberto para o novo pode não ser uma experiência tão bonita e feliz como os filmes mostram, pois em alguns casos requer de nós um esforço dobrado para continuar avançando e observando o que cabe e o que não cabe. Na vida, no guarda roupa, na mala de viagem, no coração.

Nos últimos meses, o que tenho percebido é que o grande vilão dessa história é o apego que temos às coisas, às regras e às formas com que tudo está encaixado na rotina. É mais fácil e bem menos desconfortável estar onde está e reclamar que a vida não evolui nunca – sempre sentada em uma mesa de bar, com um copo de cerveja na mão, diga-se de passagem. Existem esses ritos sociais que pegam a gente de jeito e vamos levando como se esses detalhes não fossem importantes. E chega o fatídico dia em que você percebe – ele chega, não se engane – que a vida que você achava que era sua, não era. Que o estilo que você seguia não era seu, que tudo o que lhe cerca simplesmente não te representa mais.

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E como a vida tem dessas, o exercício de desapego é uma regra de sobrevivência. Esqueça aquele clichê de “desapegar do amor” que as músicas sertanejas pregam. Essa prática vai bem mais além e invade os detalhes da sua vida… sabe cama, mesa e banho? Começar não é assim tão fácil – a vida não é fácil -, por isso comece com coisas que geram efeitos colaterais menores. Desapegue do cabelo comprido se ele não te representa mais, desapegue das roupas que não te servem mais, que dizem que você é alguém que você descobriu que não é. Desapegue dos sentimentos que não são seus, das ideias do outro.

Na pesquisa que fiz, li o relato de uma mulher que me fez pensar e que vale o compartilhamento: “Descobri o que eu gostava de vestir quando percebi o que eu era, porque a vida inteira segui um estilo que não me representava. (…) É isso que eu procuro: um estilo que reflita minha identidade étnica e minha ancestralidade e que faça os outros reconhecerem o meu orgulho”. Não é fácil “jogar” tanta coisa fora. Demora tempo, mas é nessas horas que você percebe o quanto desperdiçou o seu tempo, as suas energias e o seu dinheiro suado. Por que é tão importante se renovar? Porque te faz encontrar o seu pote de ouro no final do arco-íris e te leva mais longe. SEMPRE!

Por Camila Rehbein
03/04/2015 12h08