Estreou na quinta-feira (8) nos cinemas brasileiros o filme A Múmia, remake da popular trilogia lançada entre 1999 e 2008. A produção segue a mesma linha de raciocínio e mostra o despertar de uma malvada princesa egípcia (Sofia Boutella) que foi mumificada vida e instaurará o caos por vingança. Quem pode a deter é Nick, um soldado canastrão interpretado por Tom Cruise.
Poucos sabem, mas esta já é a quarta adaptação diferente para tal trama faraônica. Tudo começou lá em 1932 com uma sequência de seis filmes até 1955. Então em 59 uma quadrilogia se iniciou tendo fim no ano de 1971. Um grande hiato surgiu e apenas no final do século passado que recebemos a versão de maior sucesso e reconhecida, com Brendan Fraser e Rachel Weisz nos papéis principais de A Múmia.
O intuito de relançar uma história que está tão fresca na memória popular está relacionado com o recém-apresentado Dark Universe que a Universal planeja articular pelos próximos anos. É tipo um universo de monstros que conta com a Múmia (Cruise e Boutella), Frankstein (Javier Bardem) que ganhará seu filme no ano que vem, Homem Invisível (Johnny Depp), Dr. Jekyll (Russell Crowe) e outros monstros como: Lobisomen, Drácula, Monstro da Lagoa Negra e até mesmo Fantasma da Ópera, Corcunda de Notre-Dame e Van Helsing. Todos os filmes estarão interligados no melhor estilo Marvel e DC graças à organização “caça-monstros” Prodigium liderada pelo personagem de Crowe e que aparecerá em todas as películas.
Inaugurando toda essa nova fase monstruosa nos cinemas, A Múmia chega com a difícil tarefa de superar seu antecessor e não consegue. São momentos muito distintos na sétima arte: início das grandes produções, aventuras computadorizadas x invasão de longas com excesso de efeitos visuais. Essas são as principais diferenças de timing em que os filmes apareceram, o antigo se tornando um símbolo de tudo o que começava a aparecer e o novo se tornando apenas mais um em meio de tantos.
Não é apenas neste quesito que A Múmia (2017) fica atrás, mas em algumas questões como carisma dos personagens (Brendan é imbatível), desenrolar da história e saber misturar muito bem vários gêneros em uma obra só. O que temos aqui é uma grande película para entreter, sem se preocupar com muitos fatores, e visando o tal futuro da franquia/universo. E isso obviamente não é um problema tão grande, porém não se aprofundar acaba deixando o público aleatório ao final de tudo e sem criar uma ligação.
A Múmia tem um começo incrível, com cenas de ação excelentes e uma explicação histórica interessante. Nos apresenta os personagens, bem encaixados e interpretados, e graças ao fraco roteiro do meio pra frente já conseguimos captar os caminhos da trama (que tira todo o fator surpresa). O filme se divide em dois: com a primeira meia hora trazendo todos os componentes de uma obra de ação grandiosa e com o restante que simplesmente vai ladeira a baixo. Existem alguns trechos que são tristes de tão forçados e desnecessários.
O desfecho é muito simples e toda aquela tensão criada pela ascensão da múmia fica só no nosso imaginário, não conseguimos ter noção de seus poderes e a obviedade toma conta. A Múmia cria grandes expectativas pelo renome, atores, história e início fulminante, mas acaba sendo uma grande decepção e que nos faz pensar até que ponto era necessária tal refilmagem.
Nota: 5,5
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