Dança e transformismo no palco com “La Lucha”

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Após curta temporada em Montevideo, capital do Uruguai, o espetáculo de dança La Lucha estreia em Curitiba nesta quinta feira (11) e permanece em cartaz até domingo às 21h no Studio Grazzy Brugner. LaLucha surge como resultado da parceria entre os artistas curitibanos Leonarda Glück, Gabriel Machado e Gustavo Bitencourt e a uruguaia Lucía Náser.

A partir de um documentário sobre o grupo “Los Exóticos” – trupe mexicana de luta livre que usa a caracterização drag em suas apresentações –  os artistas entenderam o desejo em comum de criar um trabalho em dança contemporânea com um formato que mistura o espetáculo e a competição esportiva; em que o público pudesse se envolver, torcer, rir, gritar, sair e entrar, falar, beber, conversar.

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Foto: Tamíris Spinelli

Em suas pesquisas individuais, cada artista traz o interesse na caracterização como forma de entender a relação entre o cotidiano e a ficção. Gabriel Machado é interessado na cultura dos animês e do cosplay, Lucía Nasser também é interessada em cosplay, tendo trabalhado recentemente em criações ligadas aos quadrinhos e à luta livre. Leonarda Glück viu no crossdressing e na cultura sadomasoquista temas de pesquisa para suas últimas performances; e Gustavo Bittencourt, pesquisador da cultura drag/transformista, atua também como drag queen na noite curitibana.

“La Lucha fala um pouco de várias lutas que a gente vivencia na prática. Desde esses embates que existem no nosso pequeno grupo, que nunca tinha trabalhado junto, até questões mais amplas, que afetam todo mundo, como identidade, gênero, disputas territoriais, políticas, éticas, estéticas”, conta Leonarda.

Eles buscam com recursos de humor, luta e melodrama construir um vocabulário que possa dialogar com as pessoas mais diversas. “A gente quer algo engraçado, dramático, violento, que possa envolver as pessoas, e que a gente também possa se surpreender fazendo”, explica Gustavo.

Na criação desses diferentes climas foi fundamental a participação da coreógrafa Carmen Jorge, que faz a orientação dramatúrgica, da iluminação, criada por Fábia Regina, e da trilha sonora de Jo Mistinguett. Outro elemento importante nesse aspecto foi a escolha dos espaços de apresentação. “La Lucha” estreou em Montevidéu, Uruguai, em um clube noturno, e, agora, chega em Curitiba com apresentações em uma escola de pole dance. Segundo os artistas, isso pareceu essencial para mudar o tipo de formalidade que existe num teatro ou outro espaço comum de apresentação de dança ou teatro.

Serviço – La Lucha

Quando: de 11 a 14 de dezembro à 21h

Onde: Studio Grazzy Brugner / Rua 13 de Maio, 234

Ingressos: R$ 5

Por Jessica Carvalho
11/12/2014 16h59