Crítica – Triplo X: Reativado (xXx: Return of Xander Cage)

Estreando nesta quinta, 19, a mais nova tentativa do ator Vin Diesel de estabelecer uma franquia cinematográfica e o caminho encontrado foi ressuscitar o talvez já esquecido Triplo X, assim temos Triplo X: Reativado. Vin Diesel reassume o posto de protagonista da produção, que é uma continuação dos dois filmes lançados no começo do século, voltando à atividade junto de novos companheiros para deter uma nova ameaça chamada “Caixa de Pandora” que foi parar nas mãos erradas.

O primeiro Triplo X foi lançado em 2002 e mostrava um esportista radical, Xander Cage (Diesel), trabalhando ao lado da organização de espionagem americana para salvar o planeta de terroristas. No ano de 2005 a continuação veio, porém sem Vin no papel principal e dando lugar à Ice Cube que precisaria salvar a vida do presidente americano de atentados. Agora, em 2017, recebemos um “novo” filme mostrando que mesmo com o passar dos anos a falta de criatividade continua presente já que o enredo e as saídas encontradas seguem no mesmo caminho.

Triplo X: Reativado é o famoso caça-níquel, nome dado à produções que desejam apenas grandes bilheterias pouco se importando com a qualidade do enredo e que normalmente conquistam o que desejam. xXx é o típico caso de filme que agrada multidões pelo seu conteúdo simples, brigas/explosões e entretenimento garantido.

Analisar com um pouquinho mais de cuidado é pedir para encontrar muitos erros, assim como: a direção amadora de D.J. Caruso que entupiu o filme com cenas de luta/tiros totalmente coreografadas e cheias de cortes brutos, a atuação sempre igual com cara abobada de Vin Diesel, a trama do mocinho rebelde contra ameaças terroristas vindas de um inimigo pra lá de manjado, o péssimo Neymar em cena, muita repetição e infelizmente o contínuo machismo ao utilizar mulheres a cada instante para mostrar seus corpos ou servirem de objeto para o personagem principal.  Podemos atentar ao fato dos acontecimentos absurdos e irreais que acontecem ao decorrer do filme inteiro, porém isto já é algo totalmente esperado em uma produção destas.

Nada que mude o fato do filme ser uma excelente pedida quando o que desejas é apenas se divertir e se entreter em frente da telona ou telinha. A trama, apesar de fraquíssima e em boa parte previsível, consegue ditar um ritmo rápido que faz o espectador se levar junto das cenas de ação e quando se der conta já estar vendo os créditos subirem. Os personagens são legais e engraçados, mas acabam sendo muitos e não tendo o espaço devido em tela (aproximadamente 10 novidades, incluindo o próprio Ice Cube que faz uma excelente aparição, além dos mais conhecidos Nina Dobrev e Samuel L. Jackson). Algumas cenas são inovadoras e bem interessantes, Xander descendo o morro de skate é um exemplo, e no combo final tudo faz parecer que o filme deveria ser exatamente desta forma.

Resumindo, Triplo X: Reativado segue uma linhagem de filmes que extrapolam os limites e acabam sendo mais fantasiosos do que ação em si, além do tal ideal de lucrar e criar sequências, o que provavelmente irá acontecer. Digo isto porquê apesar de ser “mais do mesmo” a produção tem o porém de conseguir utilizar muito bem dos clichês para amarrar o público em meio das tramas e assim sendo consegue dar certo, diferentemente de outras películas que vêm fracassando nos últimos anos. Não espere muito, apenas deixe Vin Diesel e sua trupe destruírem tudo em frente aos seus olhos que no final tudo ficará bem.

Por Adalberto Juliatto
19/01/2017 15h36