Crítica – O Lobo do Deserto (Theeb – ذيب)

Em setembro de 2014, O Lobo do Deserto estreou no Festival de Veneza. Dirigido por Naji Abu Nowar, o longa traz a jornada de Theeb – nome que significa “lobo” e explica o título do filme.

Theeb, nosso protagonista, é uma criança que está lidando com a perda do pai – um conhecido sheikh da região – e, para isso, conta com a ajuda de seu irmão mais velho, Hussein. Mas a tranquilidade de ambos acaba quando Hussein é encabido de guiar um jovem inglês até um poço em meio a dunas e vales. Mas fique tranquilo, este é apenas o argumento inicial do filme. Uma reviravolta, marcada por muita violência, colocará Theeb a prova.

Alguns elementos, principalmente visuais e estéticos, do filme remetem ao grande Cinema Western (faroeste), além de imagens estáticas de transição que lembram muito às de Bennett Miller em Capote (2005), mas agora em um imenso deserto. Outro detalhe que chama a atenção é a ausência de grande diálogos. Toda a compreensão que o espectador tem dos personagens vem de suas atitudes, e muito pouco de conversas.

Acompanhamos o crescimento e amadurecimento do jovem Theeb, que, em poucos dias, é forçado a enfrentar desafios e tomar decisões em meio a tanta violência. Violência que se torna parte da vida de Theeb, culminando no final, onde encontramos um personagem maduro e com poucos traços infantis.

O Lobo do Deserto chegar aos cinemas de todo o Brasil no dia 18 de fevereiro e está na lista de indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A premiação acontece no próximo dia 28.

Por Rafael Alessandro
18/02/2016 10h40