Creme dental é medicação!

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Hoje é a minha estreia no Curitiba Cult e resolvi falar de um assunto que a princípio parece muito simples, mas não é! Muitas coisas que temos em casa podem oferecer riscos para um bebezinho ou para uma criança maiorzinha, e, longe de ser neurótica, alguns desses riscos estão escondidos em produtos que parecem inofensivos, como é o caso do creme dental.  Embora o gosto desses produtos apropriados para as crianças sejam docinhos e esse fato auxilie os pais na hora de convencer o filho(a) a escovar os dentes, o cuidado deve ser grande por conta do flúor existente em sua composição.

A partir deste ano, a Academia Americana de Pediatria começou a recomendar o uso de cremes dentais com flúor desde o primeiro dente, apesar da Associação Brasileira de Odontopediatria indicar desde 2009  o creme dental com flúor para crianças de todas as idades. Isso porque, apesar da existência de outros produtos no mercado sem a adição do flúor, é com ele que a escovação tem um efeito mais eficaz. “Um dentifrício sem flúor em sua composição tem relevância quando consideramos a ação mecânica da escovação (atrito da escova nos dentes), porém não é tão eficaz, pois sem o flúor não há a penetração no esmalte para a proteção da superfície dentária e a sua mineralização, o que previne cáries”, explica a odontopediatra Maria Dalla Costa (CRO-PR 22424).

Maria afirma ainda que o uso nas devidas proporções é a melhor alternativa: “Estudos recentes da Unicamp mostram que a utilização de cremes dentais com baixa ou nenhuma concentração de flúor diminuem a prevenção contra a cárie e os de baixa concentração não diminuem consideravelmente o risco de fluorose (machas brancas nos dentes)”. Sendo assim, crianças de todas as idades podem e devem usar em sua escovação cremes com a adição do flúor. De acordo com Maria, para crianças que não sabem cuspir 0,1 g (um grão de arroz cru) e para os que sabem 0,3g (um grão de arroz) é a quantidade certa.

Sem a supervisão de um adulto, um descuido e/ou uma peripécia realizada pela criança pode levar a riscos mais sérios e, nesse caso, o importante é ressaltar sempre que pasta de dente não é comida, mas sim medicamento! Tive uma experiência há uma semana apenas. Minha filha (2 anos), devidamente sentada na cadeirinha do carro, abriu a bolsinha da escola e pegou o seu creme dental (com flúor). Eu estava no banco da frente e não vi quando aconteceu. Ela espalhou por tudo e ingeriu também – conclusão que tirei apenas vendo seu rostinho, mas que não me dava a ideia da quantia que ela degustou com um sorriso sapeca no rosto. Até aí, ok, era só limpar tudo, só que eu eu não sabia do risco que a ingestão dessa pasta (indicada para a idade dela) poderia causar se ingerida em grande quantidade.

“Se houver a ingestão em excesso a criança deve ser encaminhada ao médico para exames e conduta clínica, pois dependendo da quantia e da idade da criança há risco de uma intoxicação e problemas gástricos sérios. Não há nenhum procedimento imediato. E se houver a necessidade de remoção da quantidade ingerida isso deve ser feito por um pediatra sem que nenhum procedimento seja realizado antes disso”, afirma Maria.

Felizmente a minha pequena ficou bem e a quantidade não teve a necessidade de ser retirada. Consultamos com a pediatra que realiza o seu acompanhamento trimestral e tudo ficou bem!

É isso! Espero que tenha gostado! 😉

Por Vanessa Maritza
18/03/2015 08h00