Como mudar um jogo

O que vale para escolher os melhores jogadores dentro de um elenco? São várias as características. Uns dirão: a experiência é o que mais conta. Outros afirmam: nada substitui o talento.

Mas há algo, especialmente em se tratando do esporte mais popular do Brasil, que não é tão observado quanto em outras modalidades lá fora: as estatísticas, o desempenho dos jogadores. A formação de uma verdadeira seleção de estrelas deveria contar com essa variável.

É isso que Moneyball (ou O Homem que mudou O Jogo em bom português) mostra como isso funcionou na temporada de beisebol em 2002. Informo que não tenho tanta intimidade com os números. Mas, com base neles, o olheiro de uma equipe com um dos menores orçamentos da liga chegou a 20 vitórias consecutivas em uma competição das mais longas, difíceis e desgastantes.

Billy Beane era um jovem talento do esporte. Tido como um dos mais completos quando foi descoberto, fracassou no campo. Fora dele, revolucionou o método de montagem de uma equipe levando em conta valores que outros olheiros não observavam.

Billy Beane

Sim, ele existe. E sim, a história também é verdadeira!

Contrariando os conselhos dos experientes, Beane apostou na lógica e nos números para montar uma equipe competitiva. Conseguiu uma série invicta respeitável. Mas, para a tristeza da torcida, não venceu o campeonato ao final da temporada.

O filme, que tem no elenco grandes estrelas como Brad Pitt, Jonah Hill e Philip Seymour Hoffman (R.I.P), mostra como um ex-jogador relegado ao ostracismo revolucionou a forma de se pensar o beisebol.

Se os dirigentes que comandam o nosso futebol observassem um pouco dessa obra e tivessem humildade suficiente para propor uma renovação, poderíamos, quem sabe, não ter sofrido um desastre tão grande naquele 8 de julho no Mineirão.

Talvez aí poderá estar o futuro. Montar uma equipe vencedora não passa por sermos dependentes apenas de inspiração e talento. Outros esportes há tempos observam essas características. Não custaria nada o futebol também chegar por este caminho. Basta tentar.

Por Cássio Bida
07/05/2015 11h25