Blaya faz gostoso e leva o funk e o português para o mundo

A primeira vez que eu ouvi o nome de Blaya foi quando vazaram as primeira informações sobre “Madame X”, novo álbum da Madonna. Na época, foi noticiado que neste projeto Madonna regravaria com Anitta o funk de uma artista portuguesa. Foi então que a minha primeira busca por “Blaya” aconteceu.

A cantora é nascida no Brasil, mas criada em Portugal. Iniciou sua carreira solo há pouco tempo e seu primeiro álbum chama-se “Blaya con Dios”, em que traz uma mistura de ritmos e culturas muito interessante. Conversamos com a artista que, com seu delicioso sotaque português e muita simpatia, nos contou um pouco sobre suas influências e carreira.

“Blaya com Dios” brinca com os sotaques da língua portuguesa e traz muito do funk. Como que foi a escolha de utilizar todas essas ferramentas como linguagem para o seu álbum?

Meu swingue é brasileiro e o funk é uma mistura de rap com dança. Eu sou isso tudo. Neste álbum eu quis passar essas influências para as pessoas, para que elas me conhecessem um pouco mais. Não só pela dança, mas pela música também. No meu álbum eu quis brincar com isso: com meu sotaque brasileiro e com meu sotaque português. Eu fui criada por um brasileiro, que é o MC Zuka que já está há muitos anos em Portugal. E por isso nós quisemos brincar com essas minhas influências todas.

Como está sendo a receptividade do seu projeto com o público brasileiro?

Muito boa! Ainda por cima com a regravação da Madonna e da Anitta, os brasileiros estão hoje ouvindo muito o meu álbum. Está sendo muito bom!

Vamos falar um pouco agora de “Faz Gostoso”. A música está tocando no mundo inteiro e fazendo sucesso. É uma música sua que foi regravada pela Madonna e Anitta. Qual a importância dessa representatividade feminina tão grande em um funk?

Portugal é muito pequenino e o fato de duas artistas gigantes pegarem uma música que foi feita aqui e lançarem para o mundo inteiro é muito bom, porque acaba por colocar Portugal no “mapa”. Ainda mais o funk, que no Brasil nem sempre é considerado uma coisa boa, mas que todo mundo ouve. Então, isso faz com que os brasileiro pensem duas no que realmente o funk é. Talvez comecem a dar mais valor ao gênero.

Agora quero falar de música brasileira contigo. Quais são suas principais influências por aqui?

Eu gosto muito de forró. Quando eu ia para o Brasil eu dança muito forró, quando eu era mais jovem era mais axé. Eu dançava muito. Gosto muito de ouvir Gloria Groove – toco no meu show também -, Ludmilla… gosto de ouvir tudo que é assim “boa onda”.

Você pretende continuar explorando suas raízes brasileiras em seus próximos trabalhos?

Sim, sempre! Nunca vou deixar minhas raízes brasileiras. É sempre um misto de Brasil, África e Europa. Essas três coisas juntas que eu quero mostrar a todo mundo.

Encerramos a conversa falando sobre o seu sotaque e próximos shows por aqui. Blaya estará no Brasil no Rock in Rio, pela primeira vez em carreira solo. A artista vai se apresentar, ao lado de Lellê, no Palco Sunset, no dia 27 de setembro.

Por Matheus Klocker
18/07/2019 16h49